quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

CARNAVAL

Este poema faz parte do post Poemas, contudo, resolvi publicá-lo em separado.

Chega o carnaval
Com a minha máscara
Vou desmascarar
Toda minha cara
De alegre aflição;
Pular no salão;
E, enfim, expurgar
Toda triste paz
Que vivo bastante
No meu dia a dia.

Chega o carnaval,
Vou pular, dançar
E cantar ao ritmo
Da alva hipocrisia,
Fazendo o proibido
E proibindo tudo
O que é permitido
Pois é carnaval.

Vou pular, dançar
E cantar vestido
Como um arlequim,
Como um pierrô,
Falando a verdade
Da grande mentira
Que diria por
Trás de suas costas,
Minha columbina,
Na busca de amor.

Vou rir de chorar,
Vou chorar de rir,
Na ordem que convir,
Que mais me agradar
E me divertir...
Dando ódio que amo;
Dando o amor que odeio.

Que bom ser três dias
Dessa verdadeira
Mentira que eu vivo...
Não sei se teria
Intacta essa máscara
Que forma meu rosto
(Que escondo em seu todo)
Quanto o mostro pra
Todas essas gentes
No cotidiano.

É, É carnaval...
Não vou lamentar
Ser-me verdadeiro
Pois a máscara é
Roupa, corpo inteiro:
Com boca a falar
Tão doces tragédias
Fatais e finais..
A guardar na páscoa
Até começar
Mais um carnaval.


Leandro Monteiro


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