quinta-feira, 9 de julho de 2015

BRASILEIRO

Nascer neste solo
E ser estrangeiro
E se ver como dono
Destas largas terras...


As quais são o meu país
Desde que me conheci
A princípio, ignorando
Realidades daqui...

Que estão a cantar,
Que estão a contar,
Que estão a escrever,
Que estão a viver....

Canções,
Histórias,
Em idiomas
Os quais não sei...

Eu sou Branco,
Eu sou Negro,
Eu sou Asiático
Desde que me lembro...

E neste Estado
Eu não consigo
Me identificar
Como ser nativo...

Quem sou eu? Quem sou?
Uma simples pessoa
Falando português
Em Pindorama...

Mas a Pindorama
Está longe, logo ali...
E não falo Tupi, Jê,
Nem outras guaranis.

Quem eu sou? Quem sou?
Amo o meu país,
Mas sei tão pouco
Do que não seja

De mim, de meus pais,
Meus avôs, ancestrais...
(O que eu sei dos índios?)
Eu sou tudo o que há disso.

Não dentro da memória
Deste solo tão milenar;
Mas tudo dela fora,
De auferidas alhures terras.

Eu sou o que somos
(Ao menos, à grande parcela):
Sou Brasileiro,
E vamos nos em boa hora!

(Leandro Monteiro)

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