quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

EXTRA, EXTRA, EXTRA

Dois versos "mantras" de "otimismo":

PERSISTÊNCIA 
(POEMA POLIANA)



... Abrir os olhos 

E olhar o céu

Como uma flor

Do alto dum prédio;

E, embaixo dele,

Ver as pessoas

– De muito longe –

Como formigas

Quais, então, se há,

Se têm, com elas,

Muitos problemas

Que os não são nada;

E andar bem calmo

Sem fazer força,

Sem ver percalços,

Sem ter dilemas,

Fazendo o que

Melhor eu posso;

Viverei assim

Da melhor forma

Que for possível –

Mesmo sendo isto

Sonho; e que eu pense

Que a vida não é, e

Não será assim...

Após subir

Os degraus; e

Passar por muitas

Pessoas grandes

E autoritárias;

E descobrir

O que há por cima

De tudo que

Está na nossa

Sociedade,

Tão altiva e suja

De egocentrismo;

Pra se sentirem

Melhores que outros

Mandam cerrar

Olhos alheios,

Senão os próprios,

E forçá-los

A olhar pra baixo

O solo como

Um galho velho,

Tendo dilemas;

Vendo percalços;

Sugando os ânimos;

Vivendo infernos ...

Mesmo assim, não

Vou desistir,

Vou insistir em

Fazer o inverso

Do que eu passei,

Ou seja: sempre

Ser otimista,

Não fechar, mas...





Leandro Monteiro



RECOMEÇO


Após tempestade
Vem sempre a bonança.
O céu, agora, brilha.
Colherei, do lodo,
Neste urgente instante,
A semente enterrada
Do mal planejado,
Em março passado:
O êxito sonhado
Que virou fracasso
Quando, então, chegou
A chuva de abril
Que mentiu pro sol
Que a imprensa emitiu...
Deixando-me a sós
Minha gota de
Melancolia ácida
Com a chuva de
Seu Divino engano...

Após tempestade
Sempre vem a bonança.
O céu, agora, brilha.
Irei plantar, na úmida
Terra, essa semente
Neste esperançoso
Momento: a Vida,
Que farei brotar
Neste mês de maio...
Eu não tenho dúvida
De que a gota, agora,
Tornar-se-á benção
De muis alegrias
Com a chuva que
Deus a banhará
E a saciará...
A semente que, então,
Será o doce fruto
De minha presente
(Porém) nova vida.





Leandro Monteiro



E um metafórico "romântico:


FASES DE LUA


A lua minguante:
Lábios declinantes
Aos olhos fixados
Por sua enigmática,
Forte gravidade
– De sons retumbantes...

Que se distanciam das minhas ondas
Das suas areias para mais longe.

A lua nova é
Lábios que se quer
Ver se aparecem
Aos corpos, que a sente
Tão longínqua de
Todos os que a cercam...

Advindo de seu ser iluminado,
Atraindo, assim, meus olhos castanhos.

A lua crescente:
Lábios ascendentes
Ao rosto encantado
Por sua imbatível
Pressão, tão invisível
Pro cético braço...

Porém, de cujos meus mares acercam
As terras de sua praia mui quente.

A lua plena é
Os lábios abertos
À boca sedenta
Por sua textura
Pelo seu volume
Que cumpre o desejo...

De minhas ondas chegaram a sua
Areia macia e sutil, meu céu úmido.


Leandro Monteiro



  1. ADVINHAÇÃO

Que são esses sons?

Passos
De cão
Passos
De gato
Passos
De vaca
Ou de
Cavalos?

Não! Não é de ser, não!

São gotas divinas,
Sempre em depressão
Pela gravidade
Desta super sólida
Vã realidade
De ambiente frio
E de solidão...

Quem são esses sons?

São só
As gotas,
Pedindo
Aos meus
Ouvidos
Ajuda...

De que ajuda então?

Precisam as gotas
É que os meus ouvidos
Acudam-lhes depressa...

Para impedir
O teto trágico
Pelos seus últimos
Lamentos d’água,
De vãos múmuros;
De mortais saltos
Caindo rápido...

São esses os sons

Os suicidios
Impessoais
Das gotas que ouço
Sempre que chove...

Que são os
pedidos
Em choros
Aos meus
Ouvidos
Que as olham
Mas não as
Socorrem.

   As
   Gotas
        ,

       As
      G o
T a  s
         ,

       As
      G o
     .........
         .

        As
      .......
     ..........
          .

         ...
      ........
     ...........
          .


Leandro Monteiro



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